terça-feira, 16 de setembro de 2008

Produção do pré-sal em Santos pode superar 1 mi boe/d em 2017

Por Denise Luna

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Plano de Negócios da Petrobras que será divulgado até outubro para o período 2009-2020 já incluirá a produção da companhia na área pré-sal, que em 2017 "terá um marco significativo na produção", afirmou o gerente de exploração e produção do pré-sal, José Formigli.

Segundo o executivo, até 2017 oito sistemas definitivos de produção já estarão instalados no chamado "cluster" da bacia de Santos, com capacidade para produzir 120 mil barris diários de barris de óleo equivalente cada, além de três planos pilotos com produção de 100 mil barris diários.

Desta maneira, a expectativa é de uma produção de 1,126 milhão de barris de óleo equivalente, sem excluir o declínio dos poços (redução natural de produção).

"Em 2017 terá um marco significativo na produção, são 8 sistemas definitivos de 120 mil (boe/d) e três pilotos de 100 mil (boe/d)", limitou-se a dizer Formigli a jornalistas sem querer calcular a produção exata.

Segundo ele, no novo Plano de Negócios da Petrobras estará especificado o volume que virá da produção do pré-sal, mas não especificando em qual dos oito campos.

"Nós ainda vamos selecionar onde vamos colocar (as unidades de produção) em função dos resultados dos testes de longa duração e piloto, no plano sairá estimativa de produção até 2020, vai incluir pré-sal, mas nada específico", afirmou após a palestra mais concorrida na Rio, Oil & Gás até o momento.

Ele informou que apesar de possuir um planejamento sobre o início do plano piloto de todas as áreas, Tupi continua o único certo, em dezembro de 2010. Tupi, junto com Iara, são os únicos campos com estimativas de petróleo recuperável, entre 8 e 12 bilhões de barris de óleo equivalente, quase dobrando a reserva brasileira se for certificado.

"A Petrobras vai colocar unidades onde melhor for para colocar a produção, combinando com os sócios, não vamos desenvolver um campo e deixar o outro parado, todos os sócios querem ver o projeto andando", explicou.

"À medida que vai se tendo mais informação (dos campos) a gente vai colocando mais unidades naquele campo, se isso acontecer em Tupi, Iara ou Guará vamos colocar lá, em vez de algum lugar que tenha mais incertezas", complementou.

Ele informou que dos oito campos da bacia de Santos apenas Bem-te-vi, Iara e Júpiter não têm plano de avaliação junto à Agência Nacional do Petróleo, mas o prazo vai até 2013, segundo ele.

Também o Plano de Negócios o mercado ficará sabendo do novo preço do petróleo que servirá de parâmetro para os projetos da Petrobras. Segundo Formigli, o de 35 dólares, que balizava os antigos projetos, já foi abandonado.

Segundo o executivo, a recente queda do preço do petróleo ainda não preocupa a Petrobras, mas brincando disse que começaria a se preocupar se a commodity continuasse a cair como ocorreu nesta terça-feira.

"O que posso lhe dizer é que hoje, nas condições de aprovação, nós estamos tranqüilos, mas se continuar caindo 5 dólares por dia ficaríamos preocupados", avaliou, dizendo que a "dez dólares, por exemplo, seria inviável".